quinta-feira, outubro 16, 2003

A outra face da lua (II)

Foi o Único í­dolo que eu tive: levantava-me da cadeira, falava sozinho com a televisão, ficava triste quando ele desistia, despistava, errava no minuto em que tudo parecia decidido: fui vê-lo ao Estoril, nunca o vi ganhar aí, mas via como ganhava a pole e me fazia arrepiar. Não ligava a automóveis desde a colecção de Matchbox e Dinky toys. Não voltei a ligar nenhuma.

Um ídolo é como um pai que se idolatra sem saber porquê, da mesma forma que se é do Benfica, sem saber porquê, mas sentindo.

Tambem ele rompeu com o i­dolo fabricado e cauteloso, que vigorava e vigora com o alemão antipático e pretensioso, representante bem grande de uma industria que se alimenta do tabaco .

Correr depressa mata! poderia dizer o unico i­dolo que vale a pena lembrar

Ayrton Senna