Não se deixar levar pela agitação
Quando faço vela entro num espaço em que a agitação das águas me deixa em poucos segundos salpicado. O sal, que é insidioso, agarra-se à pele e seca-a.
Quando faço vela, deixo que o mar diga o que tem a dizer e me lave a alma suavemente, deixo a água dizer-me o que devo fazer a seguir; por vezes deixo de ver terra, deixo de lado as mãos e fico preso por um cabo que segue com o barco e o vento. Vejo o sol desaparecer, vejo ondas onde poderia ver um caminho, vejo barcos enormes, que tranquilos me dizem por onde não devo ir.
Deixo a maré trazer o que tem de trazer, e olho, para ver se, sem me deixar levar pela agitação, compreendo as suas motivações profundas.
(para A.)
Quando faço vela, deixo que o mar diga o que tem a dizer e me lave a alma suavemente, deixo a água dizer-me o que devo fazer a seguir; por vezes deixo de ver terra, deixo de lado as mãos e fico preso por um cabo que segue com o barco e o vento. Vejo o sol desaparecer, vejo ondas onde poderia ver um caminho, vejo barcos enormes, que tranquilos me dizem por onde não devo ir.
Deixo a maré trazer o que tem de trazer, e olho, para ver se, sem me deixar levar pela agitação, compreendo as suas motivações profundas.
(para A.)
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