segunda-feira, novembro 17, 2003

Dos outros tempos aparecem ...

sem ver, enquanto esta cidade baila de luz e rio, e os habitantes se entretêm com qq coisa, chamemos-lhe trabalho para simplificar, há uma praia onde alguem caminha, e onde o barulho do vento se insinua entre o ruido de aves, antevejo mal, não estou lá, mas sei que alguém lá caminha, sobre a areia, descalça. Exactamente neste momento.

Exactamente neste momento, aliás há muitos anos mas nesta precisa hora, eu sento-me numa cadeira que vejo mal, ouço um relógio de sala, e olho um caderno de francês, com um lápis na mão e uma borracha pousada ao lado. Tudo em silêncio, hora da explicação de francês. A explicadora lá dentro, na casa grande, e eu para aqui a sonhar em ser crescido, não ter mais que olhar para o caderno de francês.

E encontrei-me assim comigo a meio caminho numa viagem entre o que eu quero ser, onde quero estar e onde não quero voltar.