terça-feira, janeiro 13, 2004

O Conservador Implacável (II)

Quando em Novembro escrevi que o nosso conservador João Pereira Coutinho era um homem com muita prosápia roubada à esquerda, ainda não tinha descoberto a sua face mais tipo homem de lata, como leio agora no Expresso.

O jovem fala imenso sobre liberdade de imprensa, omitindo sempre que quem falou em alterações legislativas foi a senhora da direita a srª. drª Assunção Esteves. Não, sobre isso, nada! sobre Manuel Alegre aí sim, alarga-se como pode. Inverte os termos e lá está ele contra a esquerda argumentando do lugar da esquerda !

Do artigo sobre Tolkien, comentado no Barnabé, descobri que foi buscar inspiração ao blog Olavo de Carvalho

Vai ser seguido de perto para ver de onde lhe vem a inspiração para as cópias. Um dia talvez passe para as redacções.

Por curiosidade fica algo do que escrevi em Novembro.

Um dos blogs mais puros, afirmativos e corajosos é o da Charlotte! Não tem medo de dizer o que pensa, por isso faz jus ao nome.

E é aí que leio uma transcrição de um texto sobre a Atitude Conservadora de João Pereira Coutinho (JPC), e pasmo: o homem fala de 3 tipos de atitudes conservadoras, sendo que uma delas é uma espécie de conservadorismo de esquerda, ou seja desloca o problema da esquerda-direita para um lugar qualquer que ele não conhece (nem ninguem, suponho!), em que há conservadores que nem por isso o são, ou são mas não são verdadeiros, e acaba com uma definição que qualquer ser que se intitule de esquerda mais equilibrado subscreveria com gosto !

Façamos então este pequeno exercício de trocar a palavra conservador (no texto original que se pode ler na Bomba Inteligente) pelo seu contrário e vejamos o que dá:


A primeira é a visão tradicional, que olha para o pensamento de esquerda como uma forma de proteger interesses particulares - interesses associados a pessoas detentoras de poder ou estatuto. (...)

Depois, existe uma segunda «escola» que olha para o esquerdismo, não como defesa de classe - mas como um sistema de valores («ontológico», dizem os sábios) que pode funcionar para todas as classes. É o esquerdismo de cardápio, que gosta de aplicar a todas as situações da realidade a mesma hierarquia de valores. Pode ser a empresa, o partido , os trabalhadores , blá, blá, blá, conhece a conversa. (...)

E depois existe uma terceira forma de olhar o pensamento de esquerda. Uma atitude reactiva que, alicerçada nesse seu «esquerdismo natural», questiona a mudança - mas não procura aplicar a ela, como nas duas vertentes supracitadas, o mesmo standard de valores. (..) Falo de uma atitude essencialmente plural que, (...)embora reconhecendo a universalidade de certos valores basilares à vida humana (que devem ser protegidos SEMPRE), abre espaço para particulares concepções de vida - quer a nível social (baseadas nas tradições de comunidades específicas), quer a nível individual. É a única posição legítima, acho eu, para defender uma posição de esquerda «real»: afirmando certos valores universais que devem ser protegidos e defendidos, embora reconhecendo a pluralidade da existência humana nas suas dimensões sociais e individuais.(...)



Fica bonito, não fica ? Pois o JPC não inventou nada; a questão como diz a bomba a propósito de homens e mulheres, é a existência dos medíocres vs inteligência, sentido crítico e afirmação. A conversa dele do conservadorismo vs esquerda está mal posta.


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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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1:22 da tarde  

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