Movimento em movimento
Na rua movimentada, imerso na rua movimentada. Movimento vem de gente.
Na ilha movimentada, na praia movimentada. Movimento vem de fora, do vento e dos pássaros.
Se de repente no meio do movimento fosse preciso falar : falar, abrir a boca e movimentar as mãos como que a esboçar o ante-movimento da fala. Entre a gente da rua movimentada apenas alguns olhos se deslocariam se movimentariam do curso normal que os olhos seguem quando vão numa rua movimentada.
Se de repente no meio da ilha se movimentassem as mãos e a boca se abrisse para falar, gritaria e não haveria espaços nem olhos que os olhassem, nem se desviariam para olhar fugazmente para nada.
Andar numa rua movimentada é uma experiência de não-liberdade, a opressão que só se supera se de repente as mãos introduzirem uma ruptura tal que os olhos que se movimentaram se fixem, e os corpos que seguem colados pararem. As mãos agarradas ao peito e a boca aberta no espanto da dor, as mãos descerem pelo corpo abatido até que a cabeça bata violentamente contra a pedra da rua. Os olhos aos milhares param então e falam. Acabou a solidão da rua. Naquele infimo instante entre a queda e a ausência da mente.
Em movimento para outro lado. A mente em movimento para outro lado.
Na ilha movimentada, na praia movimentada. Movimento vem de fora, do vento e dos pássaros.
Se de repente no meio do movimento fosse preciso falar : falar, abrir a boca e movimentar as mãos como que a esboçar o ante-movimento da fala. Entre a gente da rua movimentada apenas alguns olhos se deslocariam se movimentariam do curso normal que os olhos seguem quando vão numa rua movimentada.
Se de repente no meio da ilha se movimentassem as mãos e a boca se abrisse para falar, gritaria e não haveria espaços nem olhos que os olhassem, nem se desviariam para olhar fugazmente para nada.
Andar numa rua movimentada é uma experiência de não-liberdade, a opressão que só se supera se de repente as mãos introduzirem uma ruptura tal que os olhos que se movimentaram se fixem, e os corpos que seguem colados pararem. As mãos agarradas ao peito e a boca aberta no espanto da dor, as mãos descerem pelo corpo abatido até que a cabeça bata violentamente contra a pedra da rua. Os olhos aos milhares param então e falam. Acabou a solidão da rua. Naquele infimo instante entre a queda e a ausência da mente.
Em movimento para outro lado. A mente em movimento para outro lado.
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