quinta-feira, setembro 04, 2003

Danila

"J. querido" (n posso revelar para não ter problemas na revista)

Espero que me possa ajudar; o meu marido (não somos casados mesmo) parece outro; ainda anteontem, parece que foi ontem, me disse que tinha um relatório para fazer sobre os calores que tivemos há pouco (ai, que fizeste tu, meu Deus) para saber quem morreu de calor e quem não devia ter morrido se tivesse ar condicionado (acho que era isto). Apegou-se outra vez ao computador e nem jantar nem sobremesa (eu faço umas sobremesas que nem queira saber J., se quiser provar é só dizer). Fiquei outra vez a ver futebol esperei esperei e nada. Não quero maça-lo, J. ele é um malandro, pus-me a ver da frincha da porta e ele era só beijocas no computador, agarrado ás partes de dentro, a chamar a chamar, émail émail, um horror. Ajude-me J. sei que ele tem outra, deve ser francesa ou coisa assim , de restaurante de croissants, ou lá o que é."

Danila, não se martirize, onde um homem vê um mail, é uma mãe que manda um postal quem ele vê, as partes de dentro nem se mexem. Por acaso viu o ecran do computador ? Aposto que não, senão teria visto alguma paisagem do National Geographic, um cume, uma baleia, sei lá. Não deixe que o e-mail estrague a sua vida, reaja e vá com ele ver uma parada militar. Com sorte ainda apanha o Portas na formatura. Vai ver que estas coisas da internet, amores fora de horas, gente que nem se sabe quem é, estão a acabar, nem eu acredito nisto. Escreva sempre