A antena tocou num pelicano assustado
Tem de haver outro tempo, onde o meu avião possa pousar, outro tempo onde eu possa falar e dizer que o engenho sistémico ameaça falhar; eu paro este tempo, desço devagar, e não encontro ninguem para contar a minha história inacreditável e interminável de uma máquina viva que soluçou e tocou num pelicano, de asas de envergadura; que o pássaro fugiu confiante no ar quente que o ajudava a subir.
O meu avião vê os campos com pequenas casas azuis, aproximam-se como se o tempo não fizesse parte da sua existência e a poeira que as vai cobrir nunca viesse, ainda gira sobre si e vê o outro azul, mas já não tem sol nem nuvens, mistura-se com a poeira dos estilhaços de metal e sangue estampado em tecido riscado.
Há mesmo outro tempo.
O meu avião vê os campos com pequenas casas azuis, aproximam-se como se o tempo não fizesse parte da sua existência e a poeira que as vai cobrir nunca viesse, ainda gira sobre si e vê o outro azul, mas já não tem sol nem nuvens, mistura-se com a poeira dos estilhaços de metal e sangue estampado em tecido riscado.
Há mesmo outro tempo.
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