sábado, setembro 13, 2003

Num dia claro, podemos ver para sempre

Ao olhar para mim, ao olhar para o vulto e para a sombra e para o retrato. Num dia claro, aparecem os imensos arrependimentos, aparecem a cara que o vento tapava com os cabelos e o vestido que o sol projectava, e o negativo preso naquele dia. Num dia claro, um dia, as vestes de sonhos esfarrapam-se em jornais, como insectos desaparecidos em vida efémera, como se ao andar ele soubesse que não o faria mais, como ao voar para longe o insecto soubesse que não haveria outro voo.

Mas no delírio das palavras arrastadas está o segredo dos momentos que tenta a poesia disfarçar, porque associa o indeciso com a música das sílabas agrafadas em tons de cinzento, para nada dizer fingindo dizer, para que outro olhe e leia o que quer ler.

Assim, num dia claro, podemos ver para sempre a mentira afirmada com um sorriso, podemos ver para sempre o que sempre sonhámos e passa a ser a nossa verdade.



1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooosssssssssssssssssssssssssta mermo

11:50 da tarde  

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