terça-feira, setembro 30, 2003

A Arte da Fuga

Passe a minha paixão por Bach, mesmo adormecida á sombra dos desejos de swing, a arte do post é a de retirar todas as penas e sofrimentos.

Como uma exorcização internetiana, fruto de uma inspiração de um padre eterno, nome fantástico (!) para um servidor, ou mesmo para um servo.

Cada palavra escrita é uma aspirina, um clonix, uma espécie de químico que alivia as dores, uma droga leve, que nada promete a não ser contemplação, alívio em penitência, espírito aliviado pela oração; subida em balão, mais parece, ou montanha russa, no alto do percurso.

Bach acreditava em Deus, Coltrane acreditava em cocaína.

Eu por enquanto acredito nesta espécie de redenção pela escrita, quase automática, que se faz ver depois de produzida. Volta-se a ler e classifica-se, podem dar-se estrelas, ao estilo negligé do critico de cinema.

Não pela qualidade da mesma, mas pela eficácia face ao estatuto exorcizante que lhe deu o autor, eu feito deus.

Mas também quem garante a eficácia da oração ? E não há estrelas no céu?