O filme com este título era acerca de um tipo que conseguia ouvir as mulheres. Literalmente um voyeur que não via, ouvia. Lamentavelmente, deixou de as ouvir, mostrou o seu lado feminino e casou para o happy ending final.
Estas oportunidades não se perdem, e eu que não ouço as mulheres a não ser que elas queiram, tenho acabado por ouvir o que, caso estivesse escondido e à escuta, decerto não entenderia.
Dizem elas que
conseguem o amor (que elas dizem querer, mas não acredito) sem que o sexo tenha para aí nada a dizer, ou seja, o velho mito do amor platónico atrás das grades, ou atrás da janela, ou
atrás do casamento seria a grande motivação, enquanto a fornicação desenfreada que caracterizaria
o que os homens querem nada lhes diz.
Em versão mais ousada, que conheço, avança a espécie oposta que agora sim, a vida se consagra entre os entes míticos do amor lírico e os seres reais que cumprem (quando cumprem) as funções sociais e hormonais adequadas
ao que as mulheres querem !
Podia eu acreditar nisto ? Não, oh jovens crédulos, claro que não.
O que elas querem dizer é que para uma relação frustrada (ou frustrante) nada melhor que um amante apaixonado, estupidamente apaixonado de preferência, que durante algum tempo comparam em cama quente, para depois contemplarem em humidos sonhos nocturnos ou no chuveiro. O amigo que me lê já sabe ao que venho, não confie numa mulher casada ou de alguma forma comprometida; elas sabem bem do que falam, porque a inversa é também verdadeira.
Moral da história: você é o maior, fica com o etéreo e a medalha, mas outro, mesmo corno, lambe os beiços.