sábado, janeiro 31, 2004

Histórias de fantasmas


Voltar.
Nesses dias em que as casas têm vida, como na casa de uma avó em que aos domingos se juntam os perdidos de si, os que já perderam tudo o que havia para perder, como a vida que se dilui entre os cigarros que a senhora de 90 anos consome e a certeza de que ali naquele espaço de móveis fortes e sorridentes haverá espaços sem nada, um dia. Uma espécie de vingança da manipulação: abrir, fechar, tirar, pôr. Olhar para a madeira.

Voltar.
Nesses dias em que os ossos se cansaram e atiram culpas para cima de quem, como num sonho, passa do perigo do voo ao cinema, entre esplanadas e cervejas.

Voltar
um dia e onde outros riram e se sentaram e talvez até se tenham sentido bem, ou talvez não tenham sentido nada, ou mesmo possam ter sentido que aqueles risos e palavras se iriam perder num azul qualquer que ninguem soube ou sabe nomear.

Voltar
não é dificil, a menos que se saiba há muito que se vai voltar e não se vai encontrar nada do que estava antes. Não que tudo alguma vez possa ser como antes, mas apenas como parece que é. Ou talvez pareça que é outra vez, mas mudando devagarinho.

Mas ao voltar
sabendo de antemão que não se vai encontrar nada e se pensou isso durante muito tempo, tanto tempo que partir pareceu um acto simples mas era só um acto íntimo que não deixa os objectos sossegados sequer. Mas ao voltar ao que já se sabe mas não se viu, transformando numa certeza o que se antevira, mas não de todo se vira, como a surpresa de adivinhar o que já parecia certo.

Voltar
Hoje, ou outro dia tanto faz, voltar a ser um corpo lembrando tudo outra vez, mas com um eco de objectos ausentes.


sexta-feira, janeiro 30, 2004

Acertar o passo, devagar

Surgiu-me há menos de 24h esta vontade compulsiva de caminhar por museus. Devo provávelmente esta ansiedade às visitas feitas há pouco dias, em tempo livre, mas nem sequer era uma novidade. Caminhar por um museu, em passo curto, parando, inclinando a cabeça para ver o cartão com os dados da obra, dando uns passos atrás, mexendo no queixo, coçando a cabeça, cruzando os braços, acenando afirmativamente como em gesto de aprovação íntima, ou abanando ligeiramente a cabeça, talvez uma duvida, uma rejeição súbita, ou ainda olhando para cima, como quem recorda, onde já viu, quem lhe faz lembrar, que pormenor aqui, que traço largo ali, que descoberta acolá.
No passo certo de um museu, acerta-se sem querer com alguém que tem um passo semelhante, como quem está num escaparate de uma livraria e lê os títulos em diagonal enquanto se desloca para o lado. De repente dá-se por isso e sem se saber como está sempre a mesma pessoa a olhar para o quadro anterior, ou o seguinte, talvez porque deu por isso e não quer essa sintonia, parece mal, ou talvez apenas se tenha lembrado do que vai fazer quando sair dali, ou mesmo se interrogue porque entrou ali; e entrando, ficará lá sempre um bocado mais, porque os quadros se sucedem e alguns fazem pensar, como na música, que faz sonhar ou zangar. No passo certo de sair daquela ala e entrar noutra e ainda nessa se encontrar a mesma pessoa. Repetindo a experiência, pode casualmente voltar a acontecer numa mesma visita, ou talvez não aconteça.

Não se pode dizer nada, apenas sorrir.






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segunda-feira, janeiro 26, 2004

Merengue e gasosa



Javier Marías descreve em "Coração tão Branco" as comemorações de funcionários do Prado feitas na Sala Velasquez.

No final limpam-se sujidades de merengue e gasosa de Las Meninas e da Rendição de Breda !










domingo, janeiro 25, 2004

Domingo : as pequenas pessoas passeiam


A vida dos pequenos seres nos grandes quadros de Canaletto. Hoje, domingo.


Pintor veneziano. Antonio Canal (1698-1768) faz parte da escola veneziana do séculoXVIII de pintores paisagistas criada por Luca Carlevaris. Pinta, com amplas perspectivas, vistas dos canais venezianos. Nelas representa praças, pontes, gôndolas e personagens com minuciosidade e grande riqueza de cor. Respeita sempre as regras da perspectiva e recreia-se nas formas fechadas por traços bem definidos. Durante dez anos vive em Londres, onde a sua pintura desfruta de grande aceitação. O preciosismo então em voga inspira-lhe vistas mais formalistas, mas sem perder nunca o esplendor das suas vistas venezianas.

Eu tive um Hopper, em África


Entrei numa das salas do Thyssen de Madrid, e como já fizera comigo mais de uma vez, Hopper atacou o meu passo de museu, único sítio onde ponho as mãos atrás das costas, e parei. Devo ter feito algum gesto estranho pois os passeantes passaram rápido atrás de mim.

Aconteceu o mesmo há uns anos em Bruxelas, onde acabei a comprar reproduções de quadros dele.

Edward Hopper foi a minha escolha para uma casa que eu queria animar durante apenas dois anos, em África. Levei as gravuras a uma loja pequena na baixa de Maputo, ouvi o comentário: que quadros tão bonitos ! e vivi a olhar para eles durante dois anos. Deixei-os lá, valem pela recordação.

Hoje deparei com um, reproduzido naquela casa: Hotel Room.


Depois lembrei-me que as imagens pintadas como se de uma fotografia se tratasse começaram talvez com Vermeer, aqui Hopper com Girl at a Sewing Machine, é Vermeer, não é ?





depois a escrita de Carver, que é Hopper nos livros. Um momento na vida de alguém, um desespero ignorado pelos outros, uma curva na rua, parar, olhar. Não fez grande diferença ao mundo, eu a ver Hopper, num dia qualquer.



quarta-feira, janeiro 21, 2004

Farol Fálico é normal


O conhecido Eduardo Prado Coelho afirma, a propósito de In the Cut (não vi, mas com a Meg Ryan tenho de ver, não é?), que ela regressa do Farol Fálico.

Ora isto parece-me relacionado indubitavelmente (advérbio de reforço, mesmo que de mau modo) com o orgasmo vertical que o autor com incauta e não pouco rara falicidade, nos iluminou há tempos.

Por sua vez, vidé post anterior, como já sabemos por definição, um orgasmo social obtém-se a partir do onanismo social (normal).

Donde ser fácil inferir que o onanismo do farol (vertical, naturalmente) é algo ao alcance apenas do social, ou eventualmente de godzilla, king kong ou do ciclope, que numa olhada viu o seu onanismo reforçado com luzes intermitentes.

Simples.



Onanismo Social é normal


O conhecido Pedro Lomba afirma a normalidade do país. Enfim, normais !

Até já tivemos um tipo que sequestrou a RTP, portanto ficou a partir daí assegurada a normalidade.

Mas Lomba vai mais longe a diz-nos, apazigua-nos melhor dizendo, que o jornalismo pratica mesmo o onanismo social.

Se calhar concordo, é o mesmo que orgasmo vertical não é? Donde é fácil inferir que o orgasmo social se obtém a partir do onanismo vertical.

Simples.

terça-feira, janeiro 20, 2004

True lies


Que político ! A vantagem de ser político é que podemos dizer ou predizer o futuro, como astrólogo encartado, como se o futuro não tivesse importância nenhuma. Eu já tinha jurado (prejuro) deixar aos homens do mundo a tarefa "suja" de serem políticos, mentindo (perdão, prevendo) o futuro.

Os preços da electricidade vão baixar ! mas isto é como dizer que os preços da electricidade não se alinham pelo mercado ! então o mercado fixa os preços ou baixa os preços ? Então por ser "mercado" só baixam? Ainda bem que há a liberalização, assim temos a certeza que o mercado vai baixar os preços. Até nem há PT, nem EDP, nem , etc....

Quando o "mercado" o desmentir já o politico está longe, e pode sempre assumir a sua condição de poder mentir. Em nome do mercado, claro.

domingo, janeiro 18, 2004

Domingo : corazon tan blanco

A heart so white

Como chegar a um ponto, reunir duas pessoas e dizer: e agora? Mas agora que partimos, que vamos fazer ? não há pessoas, és tu só finalmente, como tantas vezes olhaste para a rua e desejaste. Que vais fazer agora?

Fórum Social Mundial


Em Bombaim, durante seis dias. Poucas noticias na comunicação social.

Mas quem sabe tudo sobre o FSM é o Blogo Social Português

Preciso dela agora, agora, agora em vida !

Tenho vindo a colocar de quando em vez uns postzitos com transcrições de poesias traduzidas por Jorge de Sena (1919-1978), reunidas na sua Poesia de 26 séculos (ASA) . Selecção não inocente :) e que salta por cima de muitos poetas, claro.


Tempo em que voltámos a ter tradutores corajosos de grandes obras (Vasco Graça Moura com a Divina Comédia e as Rimas de Petrarca , Frederico Lourenço com a Odisseia ou Pedro Tamen com Proust e o seu à procura do tempo perdido), boa altura para lembrar Sena, outro grande. Também na tradução.

Descobri-o há muito com Sinais de Fogo. Depois li toda a prosa e alguma poesia. Do site do Instituto Camões roubei o seguinte :

Virgílio Ferreira relatou, em 27 de Abril de 1977 (Conta Corrente - volume 11), o seguinte episódio: «O Jorge de Sena teve outra glorificação. Desta vez em Itália: prémio para o melhor poeta estrangeiro. (... ) O José Augusto França contou-me que, um dia, para o confortar da glória que ele dizia não ter e merecer, foi-lhe acenando com uma garantia de glória póstuma. Sena desatou aos urros: "Preciso dela agora, agora, agora em vida. "»

Fica a homenagem, agora que cheguei a W.Shakespeare , seguida do original no post de baixo (aqui nos blogs as introduções escrevem-se no fim. Nos trabalhos também, mas muita gente esquece...)

SONETO XXIX

Quando em desgraça aos olhos dos humanos,
sozinho choro o meu maldito estado,
e ao surdo céu gritando vou meus danos,
e a mim me vejo e amaldiçoa o Fado,

sonhando-me outro, fico de esperanças,
co'a imagem del'. como el' tão respeitado,
invejo as artes de um, d'outro as usanças,
do que mais gozo menos contentado.

Mas se ao pensar assim, quase me odiando,
acaso penso em ti, logo meu estado,
como ave, às portas celestiais cantando,
se ergue na terra, quando o sol é nado.

Pois que lembrar-te, amor, tem tal valia,
que nem com grandes reis me trocaria.


William Shakespeare
Inglaterra
1564-1616

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When, in disgrace with Fortune and men's eyes


When, in disgrace with Fortune and men's eyes,
I all alone beweep my outcast state,
And trouble deaf heaven with my bootless cries,
And look upon myself, and curse my fate,

Wishing me like to one more rich in hope,
Featured like him, like him with friends possessed,
Desiring this man's art and that man's scope,
With what I most enjoy contented least;

Yet in these thoughts myself almost despising
Haply I think on thee: and then my state,
Like to the Lark at break of day arising
From sullen earth, sings hymns at Heaven's gate;

For thy sweet love rememb'red such wealth brings
That then I scorn to change my state with Kings.



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sábado, janeiro 17, 2004

To swallow with your vermouth





Charlie Haden, com a guitarra de Pat Metheny, em dueto com o piano de Kenny Barron, em incursão latina com o piano de Gonzalo Rubalcaba ou em conversa com o sax de Michael Brecker e o piano do grande Brad Mehldau. Respectivamente. Respeitosamente. Delicadamente.

Quem vos diz isto não mente


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Frases doces e irrelevantes (1)

- Este blog tem links desactualizados. É uma pena. E faltam cá alguns que andas a visitar há tempos e não estão. É uma pena, PiPo.

E se fosses tratar disso ?

- Mas eu agora tenho de sair, tenho de me ir meter num sítio onde haja muita gente e onde eu possa comprar coisas irrelevantes

- Mas já andas a prometer limpar os links há várias semanas (era uma das coisas a fazer esta passagem de ano, hem!) , e além disso já sabes que te vais aborrecer com esse "sítio" e depois vens para aqui mandar bocas sobre os que passeiam nos CC

- mas eu não vou passear para um CC! Vou só... ora !


Bolas, ainda não comecei a falar sozinho, mas já tenho um blog que leio como se não tivesse sido eu a escrever, agora faço diálogos comigo.

Qualquer dia escrevo teatro , não ??!!!
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Hey! All you intellectual giants !Here is a piece of pure social science

De vez em quando volto a

Charlie Haden

Dos muitos que estão ali nas prateleiras, muitos dele também, fita-me com The Art of Song há quatro anos. E eu volto a ouvi-lo:

Um jazz, instrumental, vocal, com arranjos em chamber orchestra, Shirley Horn, Quartet West (com quem fez talvez os seus melhores discos) ...

Moment Musical opus 16 no3 in B minor, de Rachmaninov, uma das surpresas; noutro registo muito diferente Ruth's Waltz, de que transcrevo umas linhas:


Here in this world of misinformation
I've found a word of truth
Hey! All you intellectual giants !
Here is a piece of pure social science
Here is a sweet irrelevant phrase
To swallow with your vermouth
No one willingly ever halts
A waltz for Ruth



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quinta-feira, janeiro 15, 2004

Esteja-m'eu no quente ... e ria-se a gente



Tratem outros do governo
do mundo e mais monarquias
que hão-de governar meus dias.
Só manteiga e pão bem fresco,
e pelas manhãs de inverno
laranjas e aguardente,

- e ria-se a gente !



Góngora
Espanha
1561-1627

Jorge de Sena, Poesia de 26 Séculos (ASA)



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Forget not yet

Não esqueças inda o trito intento
Da verdade a que dei alento
Quando sofri alegre e isento
- Não esqueças inda

(...)

Não esqueças quem de ti se fiou
Que tanto tempo tanto amou
E cuja fé não se abalou
- Não esqueças isto



Inglaterra 1503-1542
Jorge de Sena, Poesia de 26 Séculos (ASA)

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quarta-feira, janeiro 14, 2004

4' 33'' para nenhuma letra ou conjunto de letras (branca ou de qq outra côr)

Photomaton

A foto anterior foi tirada numa fonte no largo de Camões quando estas trutas se desedentavam antes de ir para a FNAC à procura de música antiga.

Quando me viram, esta truta mais laranja ou rosada ficou imediatamente com o ar angelical que se lhe pode ver, até se esqueceu da água a correr...

As outras ficaram logo a ver navios, vê-se-lhes a inveja e desdêm no rosto, e a conversinha de pé-de-orelha...

Peço desculpa deste despudor, mas não podia continuar nesta terrível incerteza e meti-me ao caminho com a minha Roleiflex...

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terça-feira, janeiro 13, 2004

Holandesa




ARY SCHEFFER
Dutch painter (b. 1795 Dordrecht, d. 1851, Argenteuil (near Paris)


Margaret at the Fountain 1852
The Wallace collection London

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Porque não sou cristão (em vez de ser do Benfica)

Desde que li Bertrand Russell ("Porque não sou cristão?"), tinha só dezasseis anos, que a minha fé no céu e respectiva entourage se esvaiu por completo. Passei a desejar escrever algo parecido a que chamaria Porque se é do Benfica ? , única réstea de uma fé qualquer cega, incompreensível, injustificada (então agora...) e uma perda de tempo embaraçante.

Mas quando leio que Santana quer ereger uma nova catedral em Lisboa, não pode senão ser de revolta pura a minha reacção.

Que ele escreva um livro sobre as "causas da cultura" (??) que diga que o CCB foi dele, que convide o Frank Ghery para o apoiar na candidatura a presidente da noite lisboeta, ainda vá. Eu compreendo.

Mas convidar o Niemayer para fazer uma catedral concorrente da "nossa", isso nunca ! Acho que acredito em Deus a partir do momento em que esse drama nacional acontecer e faço-me sócio celestial.

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Catedrais


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'Miserable failure' links to Bush !

O google é provavelmente um dos melhores e mais correctos motores de busca

Ora experimentem procurar por "miserable failure" no google e vejam qual é o primeiro site que aparece...


George W Bush has been Google bombed.
Web users entering the words "miserable failure"
into the popular search engine are directed to the biography
of the president on the White House website.



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O Conservador Implacável (II)

Quando em Novembro escrevi que o nosso conservador João Pereira Coutinho era um homem com muita prosápia roubada à esquerda, ainda não tinha descoberto a sua face mais tipo homem de lata, como leio agora no Expresso.

O jovem fala imenso sobre liberdade de imprensa, omitindo sempre que quem falou em alterações legislativas foi a senhora da direita a srª. drª Assunção Esteves. Não, sobre isso, nada! sobre Manuel Alegre aí sim, alarga-se como pode. Inverte os termos e lá está ele contra a esquerda argumentando do lugar da esquerda !

Do artigo sobre Tolkien, comentado no Barnabé, descobri que foi buscar inspiração ao blog Olavo de Carvalho

Vai ser seguido de perto para ver de onde lhe vem a inspiração para as cópias. Um dia talvez passe para as redacções.

Por curiosidade fica algo do que escrevi em Novembro.

Um dos blogs mais puros, afirmativos e corajosos é o da Charlotte! Não tem medo de dizer o que pensa, por isso faz jus ao nome.

E é aí que leio uma transcrição de um texto sobre a Atitude Conservadora de João Pereira Coutinho (JPC), e pasmo: o homem fala de 3 tipos de atitudes conservadoras, sendo que uma delas é uma espécie de conservadorismo de esquerda, ou seja desloca o problema da esquerda-direita para um lugar qualquer que ele não conhece (nem ninguem, suponho!), em que há conservadores que nem por isso o são, ou são mas não são verdadeiros, e acaba com uma definição que qualquer ser que se intitule de esquerda mais equilibrado subscreveria com gosto !

Façamos então este pequeno exercício de trocar a palavra conservador (no texto original que se pode ler na Bomba Inteligente) pelo seu contrário e vejamos o que dá:


A primeira é a visão tradicional, que olha para o pensamento de esquerda como uma forma de proteger interesses particulares - interesses associados a pessoas detentoras de poder ou estatuto. (...)

Depois, existe uma segunda «escola» que olha para o esquerdismo, não como defesa de classe - mas como um sistema de valores («ontológico», dizem os sábios) que pode funcionar para todas as classes. É o esquerdismo de cardápio, que gosta de aplicar a todas as situações da realidade a mesma hierarquia de valores. Pode ser a empresa, o partido , os trabalhadores , blá, blá, blá, conhece a conversa. (...)

E depois existe uma terceira forma de olhar o pensamento de esquerda. Uma atitude reactiva que, alicerçada nesse seu «esquerdismo natural», questiona a mudança - mas não procura aplicar a ela, como nas duas vertentes supracitadas, o mesmo standard de valores. (..) Falo de uma atitude essencialmente plural que, (...)embora reconhecendo a universalidade de certos valores basilares à vida humana (que devem ser protegidos SEMPRE), abre espaço para particulares concepções de vida - quer a nível social (baseadas nas tradições de comunidades específicas), quer a nível individual. É a única posição legítima, acho eu, para defender uma posição de esquerda «real»: afirmando certos valores universais que devem ser protegidos e defendidos, embora reconhecendo a pluralidade da existência humana nas suas dimensões sociais e individuais.(...)



Fica bonito, não fica ? Pois o JPC não inventou nada; a questão como diz a bomba a propósito de homens e mulheres, é a existência dos medíocres vs inteligência, sentido crítico e afirmação. A conversa dele do conservadorismo vs esquerda está mal posta.


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segunda-feira, janeiro 12, 2004

Journal d’un pickpocket

"Si, pour votre malheur, un pickpocket fait disparaître votre portefeuille, il y a une boîte au lettre en haut de l’avenue des Champs Elysées dans laquelle vous pourrez le retrouver. La coutume veut que les pickpockets y déposent tous les papiers d’identités qui ne les intéressent pas. "

Foi assim, sem identidade, que saí um dia de Paris, sem encontrar o que não interessava ao pequeno ladrão que não saberia da boîte au lettre.

O crime terá prescrito ?

Dans votre dos,
Sans les courbettes,
Je fais ma cueillette.
Dans votre dos,
Pour être honnête,
Je suis pickpocket.
Quand le métro,
Dans un cahot, L'un contre l'autre nous jette,
Sous votre nez,
J'prends la monnaie
Avec mes pincettes.


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domingo, janeiro 11, 2004

Pedro Tamen, Frederico Lourenço, Vasco Graça Moura: Lá vai ...

Sei que estes esforçados tradutores portugueses trabalharam duramente, mas não sabiam quão difícil é o trabalho da tradução. Vejam, como se traduz com eficiência:

Bom, atendendo a pedidos, aqui está a tradução da musica que está ai abaixo...

SIXPENCE NONE THE RICHER

"There She Goes"
"Lá Vai"

There she goes
Lá vai
There she goes again
Lá vai outra vez
Racing through my brain
Competir através de meu cérebro
And I just can't contain
E eu apenas não posso conter
This feeling that remains
Este sentimento que remanesce

There she goes
Lá vai
There she goes again
Lá vai outra vez
Pulsing through my veins
Pulsar através de minhas veias
And I just can't contain
E eu apenas não posso conter
This feeling that remains
Este sentimento que remanesce

(...)

There she goes
Lá vai
There she goes again
Lá vai outra vez
She calls my name,
Chama meu nome,
Pulls my train
Puxa meu trem
No one else could heal my pain
Ninguém mais podiam heal minha dor
And I just can't contain
E eu apenas não posso conter
This feeling that remains
Este sentimento que remanesce

(...)

Melhor é impossível ; para os (ex) grandes tradutores portugueses saberem onde procurar, né? Viva o país irmão pôxa !

meninapink



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A quem ?




Parabens, saiu-te a Truta Laranja! O elemento mais
brilhante, lindo, arguto, perspicaz,
inteligente, saliente, imarcescivel e dread
deste blogue.


Que Truta gostarias de ser?
brought to you by Quizilla

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Anima bella da quel nodo sciolta

Alma tão bela desse nó já solta
Que mais belo não sabe urdir natura,
Tua mente volve à minha vida obscura
Do céu à minha dor em choro envolta

(...)

Onde está o teu albergue, onde existiu
O amor que abandonaste. E o horizonte
De um mundo que desprezas, torpe e frio




Francesco Petrarca
Itália (1304-1374)
Jorge de Sena, Poesia de 26 Séculos (ASA)
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Laudamus Te, Jennifer Smith



Laudamus te
Benedicimus te
Adoramus te
Glorificamos Te




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Com os Segréis de Lisboa e o Coral Lisboa Cantat, num album magnífico com Musica Sacra de Carlos Seixas( 1704-1742) que é um requinte de bom gosto desde a escolha de quem canta a quem dirige (Manuel Morais), passando pelo próprio CD, na apresentação e informação.

A ouvir sempre, nem é preciso exagerar como eu que ando há 3 dias a ouvir...Fiquei, como num disco partido, a repetir esta faixa da Missa a 4 em Sol maior (#5)



Jennifer's voice may be heard on over forty recordings, spanning many centuries of music, from the earliest medieval period (with Segreis de Lisboa) to 20th-century works (Geoffrey Burgon's Requiem and Revelations; Falla's El Retablo de Maese Pedro; Stravinsky's Pulcinella). Her main output, however, has been in the Baroque field, especially in the French repertoire of the 17th and 18th centuries. Most recent examples include Marin Marais' Alcyone, Mondonville's Titon et l'Aurore and Lully's Phaeton with Marc Minkowski and Les Musiciens du Louvre.


sábado, janeiro 10, 2004

Porto Post(o)



Antes do nascer do sol, quando poucas gaivotas ainda se abanam, quando as primeiras figuras escuras se mexem, junto à Alfândega, quando os candeeiros difundem luz azulada que esbate no fundo escuro da outra margem Douro, ainda mal refeita da noite.

Avanço devagar como se caminhasse para onde os deuses me esperam, até que o dia comece a falar com algumas gotas misturadas com a água do rio, junto à Foz, no marégrafo.

Assim o Porto fala azul, e só assim, para o meu encanto.

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quinta-feira, janeiro 08, 2004

Aquecimento global põe um quarto das espécies terrestres em risco de extinção

Importam- se de aumentar a temperatura da sala do Conselho de Ministros ? Assim para os 55º, por favor,

Obrigado


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terça-feira, janeiro 06, 2004

Rever a Constituição

Eu tenho orgulho na nossa Constituição. Porque :

- foi feita no momento em que saímos da ditadura e da hipótese de outra
- reflecte os valores da democracia que esquecemos durante mais de 50 anos e usámos mal para aí uns trezentos antes
- defende as liberdades de cada um e tem um tribunal constitucional que já defendeu muitos em ultima instância
- nos defende contra os que agora querem rever tudo para que essa ultima instância desapareça

rever a Constituição é um acto de enorme responsabilidade para ser entregue à liderança do CDS, com os atordoados PSD a olhar uns para os outros sem saber o que devem fazer ou dizer.

mais uma vez a história de Portugal tem os seus assassinos à solta, mas felizmente ainda há a necessidade dos dois terços.

uma boa oportunidade para a esquerda deixar de ter vergonha e já agora renovar a malta do costume, essa a verdadeira revisão a fazer.


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A 2

O Jornal da 2 tem estas pequenas particularidades:

- Dura 30 minutos
- Não tem gente pobre a falar de desgraças com a demagogia inerente à notícia
- Não tem ciganos a dizer que a casa oferecida não tem sanitas cor-de-laranja
- Tem entrevistas rápidas onde os convidados não são agredidos nem convidados a contar a vida desde que descobriram o sexo
- Tem o Carlos Fino, o que é muito
- È apenas um telejornal, como deviam ser todos e todos fazem porque nos esqueçamos disso

Já sou adepto e já agora repararam que um tipo chamado João Magueijo mostrou em poucos segundos que não foi atingido pela seta vaidosa de quem está no centro das atenções ? Tudo isto parece estranho, mas é apenas porque nos querem forçar a desabituar de conversar sobre as coisas.

bendita blogosfera, acho que começas a ensinar alguma coisa !


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Angulas: genocídio no Tejo

Mais uma vez a armada espanhola ataca: cada vez mais longe da fronteira !

Não bastam os escritórios na Avenida António Augusto Aguiar, mailo corte inglês, o arrasto de redes no Algarve, a compra da Somague, o roubo do Figo, mesmo maduro: agora pescam enguias no Tejo !

O circuito parece funcionar assim: eles dão as redes aos pescadores portugueses e depois é só vir buscar para vender com lucros fabulosos!

Eis um pratinho de angulas com espanhóis a lamber os beiços (não se vêm porque fugiram assustados)





Na operação de caça às redes ilegais promovida hoje pelo ICN ressalva para a descoberta de uma conchinha rara, com a provecta idade de um quarto de século e que se chegou a considerar perdida. Infelizmente não podem ser divulgadas fotos por razões de segurança.


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segunda-feira, janeiro 05, 2004

Os olhos mais abertos e os maiores bocejos do ano: a minha prateleira tambem tem ! (II)

Se fecharmos os olhos com força (wide shut!) esquecermos o que foi de 2002 ou mesmo de 2003, olhem só que DVD's se contemplam na minha prateleira, dos mais frescos:

- As Horas , desconta-se o nariz patético de Nico (já lá vamos noutro post, não Nicole Kidman, mas Nicole Collard, Nico para os amigos !) e fica um filme sobre o momento dos momentos, sobre as decisões de ontem que pareceram não ser nada e hoje são tudo, ou as decisões de agora: saltar da janela.
- Minority Report - Spielberg, grande ! um dos melhores, não digam mal de Cruise. É o mesmo que dizer mal do Equador, preconceito puro e idiota. Quando tudo parecer controlado, politicamente correcto, saber-se-á que a outra face da ditadura nos sorri.
- Catch me if you can - Spielberg, outra vez, bolas que se calhar tenho mesmo um fascinio pelo homem, o que pode ser bem verdade, dado que comprei também o ET ! e os Encontros Imediatos (com Truffaut, lembram-se ?). De Caprio, outro grande actor que avança.
- O Senhor dos Anéis - as 2 Torres - Peter Jackson , o primeiro bocejo, tudo em grande desde o bocejo aos efeitos especiais. mas este ainda é um bocejo com um acordar simpático, porque ..
- Matrix Reloaded - dos irmãos #"$#%#, um bocejo completo ! acordar irritado, a pedir um whisky forte.
- The Ring - o regresso do filme de terror, uma espécie de acordar a ver televisão e o Durão Barroso continuar a ser o 1º ministro, saindo da televisão com o Portas atrás; pesadelo em cinema. Não perder (garanto que não sai o Durão).
- Solaris - Soderbergh- arte abstracta, visita ao museu de Tarkovsky, emocionante.
- O pianista - Polanski, um amigo de sempre desde o fabuloso "The fearless vampire killers" ( alguem tem? compro !)

Não estão na prateleira, mas vão estar, well, may be:

- Dolls, de "$%%%$$#"
- Mystic River, do favorito Clint Eastwood (merece um post á parte, a prateleira está cheia)
- Master & Commander, a história é fraquinha, mas o cinema é fabuloso
- Kill Bill, tarantino sempre deixa a malta atarantada
- Punch Drunk Love ! (há-de voltar)
etc...

esperança do ano:

The Girl with a Pearl Earring, o meu fascínio por Vermeer no cinema ! a ver vamos.








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J'est an autre

Nas escolhas dos livros 2003 do Mil Folhas do Publico do ultimo sábado:

Convidados vários escritores, autores, escolho esta frase citada por João Magueijo, a propósito de Rimbaud: sou um outro, mistério de Rimbaud que passou a traficante de armas depois de poeta !

E somos todos um outro de facto, alguma vez num lugar qualquer. Sem menosprezo para os que escrevem em grupo, o que lhes dá força que os solitários menos dotados como eu não têm, a escrita num blog, ou num bloco de notas público que é o que isto é, tem uma frase chave:

" a fala de alguem consigo mesmo, escutando ao mesmo tempo furtivamente essa fala" (Manuel António Pina, no mesmo Mil Folhas), citando Bloom.

nesse conjunto de personagens a quem foi pedida a enumeração de 3 livros que destacariam em 2003, há muitas respostas curiosas, para além das citadas.

por exemplo os que, apesar de apenas terem sido solicitados 3, enumeraram quinze (!), naturalmente não vá a gente pensar que leram poucos livros, ou os que têm a naturalidade de homenagear outros, deixando de lado as vaidades. Para quem como eu não gosta de ler a Margarida Rebelo Pinto, é interessante ler o que ela escreve sobre os três livros que elege; escreve bem e oxalá (sinceramente) não lhe aconteça o que diz sobre os escritores: os bons escrevem cada vez melhor á medida que envelhecem, e os maus cada vez pior...

E termino este com uma frase da caída em desgraça Clara, acerca de Mário de Carvalho: "escreve cada vez melhor o raio do homem" ! Boa, Clara, volta que a gente ainda te perdoa o copianço.





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Na minha prateleira há coisas boas de 2003 (I)

Depressa, que o dia 5 vem aí e daqui a pouco acaba o tempo dos balanços do coitado do 2003, que nem sequer deixa muitas saudades.

Não há tops de livros, há os que arrumo ao longo do tempo na prateleira especial onde repousam os ultimos lidos. Aqui ficam, porque são das coisas boas de 2003:

- O cemitério dos barcos sem nome (Arturo Pérez-Reverte) - um velho amigo desde a Tábua de Flandres
- Lourenço Marques (Francisco J. Viegas) - o homem a quem nunca escrevi no blog, por pudor de lhe dizer que li todos os seus livros
- O vento assobiando nas gruas (Lídia Jorge)
- Pouco amor não é amor (Nelson Rodrigues) - pescado numa livraria no Rio, a conselho amigo, entre dois bolinhos de queijo, num pequeno almoço de um sábado em Ipanema
- Dom Casmurro (Machado de Assis) - idem
- Secreções, Excreções e desatinos (Rubem Fonseca) - é como um velho amigo, leio tudo dele, desde que li Agosto
- O Homem sentimental - Javier Márias, talvez o grande escritor espanhol de hoje
- Todas as Almas - Javier Márias
- Amanhã na Batalha pensa em mim - Javier Márias
- Expiação - Ian McEwan
- A trilogia de João Aguiar : Os Comedores de Pérolas, o Dragão de Fumo e a Catedral Verde - uma descoberta fantástica
- As Horas - Michael Cunningham
- Rei Lear - Shakespeare, na tradução extraordinária de Alvaro Cunhal (não está na prateleira porque foi roubado)
- Bonjour Tristesse - Françoise Sagan
- Equador - Miguel Sousa Tavares - um livro magnífico, que algumas mentes pedantes acham que não é de bom tom elogiar...
- Poesia de 26 Séculos - Jorge de Sena ( em progresso como se constata lendo este blog lá mais para baixo ...)
- Poesia - Ricardo Reis (idem...)

Em trânsito .... começados em 2003 e em leitura, amigos que passaram o ano comigo, portanto:

- Fantasia para dois coronéis e uma piscina - Mário de Carvalho
- Coração tão branco - Javier Márias

Em cima da secretária á espera de vez, estão alguns expectantes (Perez-Reverte e a sua Rainha do Sul, Rubem Fonseca e o seu Diário de um Fescenino, Lobo Antunes e o seu Boa tarde às coisas aqui em baixo e Don deLillo com Cosmópolis). A eles chegará o seu tempo, aqui também. Espero

Amanhã havera cinema, depois música e... jogos de Aventura como o fabuloso Syberia !







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sábado, janeiro 03, 2004

Guerra na Blogosfera

Acabo por decidir publicar, após muita ponderação, mais uma carta anónima que revela mais sobre (sabem de quem estou a falar) do que a profusão de notícias duvidosas que hoje sairam nos jornais.

Para o processo também.




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sexta-feira, janeiro 02, 2004

Blogtop

Ei ! quase esquecia de enunciar aqui os melhores blogs de 2003 ( os colegas da blogosfera já todos o fizeram, mas eu, cábula, demorei a lembrar que é necessário pôr marcas, postes, bandeiras, marcações no chão, sei lá eu, para sabermos que passou um dia mais, digo um ano).

Procuram os melhores ? Here goes:

A Nossa Casinha
Pus o amor de laden
Sou o D.Juan, mas feio
O Meu Casino
Tromba Inteligente
SegundoMinistro





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Sexo do ano

Diz o Publico de hoje, mesmo na primeira página:

SEX02JAN



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quinta-feira, janeiro 01, 2004

Feliz ano novo. Ela não me ligou, e por isso fui para a estrada, mas em que estava eu a pensar ?

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Más notícias, uma bomba pouco inteligente que não interessa a nenhum homem a dias contados

Quem, eu ?

Chet Baker
Voce seria Chet Baker (1929-1988). Chet Baker foi o
expoente maximo do West Coast jazz, estilo
muito em voga nos anos 50. Trompetista e
cantor, o seu estilo intimista atraiu atencoes
que foram para alem da sua musica e, ate ao seu
tragico fim, despedacou coracoes.


Que Artista de Jazz Seria Voce?
brought to you by Quizilla

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No ano velho escapei de novo

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parabéns a todos pela entrada do novo ano de 1972 !

João Hogan pintou nesse ano esta paisagem e, enquanto longe de Lisboa, olho uma paisagem e a medida dos anos parece também ser fácil de ignorar.

É uma repetição supersticiosa, anos velhos cheios de desejos incumpridos, cheios de "tudo o que mais quiséssemos", cheios de "prosperidades".

bom ano para ti, bom ano para mim, que vida nova é essa que é cada vez mais velha?

ao formular os desejos de Ano Novo, é a superstição de nada ocorrer do que se deseja, do receio de que também não haja espaço para fazer no ano novo o que não se fez no ano velho, afastar o fantasma da morte que vai tocar a alguns no ano novo, se desejarmos aos outros com muita força talvez tenhamos sorte!

1972
- a nave Apollo aterra na Lua a 20 de Abril
- Nixon é presidente, continua a Guerra no Vietnam, e é apanhado no escândalo Watergate
- Kurt Waldheim é secretário geral da ONU
- Bloody Sunday: ingleses matam 13 católicos na Irlanda
- a Pieta de Miguelangelo é atacada á  martelada no Vaticano
- Setembro Negro ataca israelitas na aldeia oli­mpica em Munique
- Canibalismo salva sobreviventes de desastre aéreo nos Andes
- O Padrinho, de Francis Coppola e Cabaret, de Bob Fosse
- Heinrich Boll : prémio nobel de literatura
- Mark Spitz voa nas águas das piscinas de Munique
- Deep Purple lançam Machine Head mas Simon&Gurfunkel jã lançam greatest hits
- Benfica vence o Sporting por 4-0 com todos os golos de Eusebio
- Carlos Mendes: setimo no Festival da Eurovisão
- Ribeiro dos Santos é assassinado pela Pide no ISE
- Capela do Rato: católicos contra o regime ditatorial português
- Marcelo Caetano é presidente do Conselho, Américo Tomás é presidente da Republica

Nesta paisagem de 1972, desejaram-se muitos bons anos mas continuaram a morrer soldados portugueses em África




Paisagem 1972 óleo sobre tela
Centro de Arte Moderna
Fundação Calouste Gulbenkian